Romantismo na França

Ao contrário da Inglaterra e da Alemanha, a Franca conservou ate muito tarde a literatura de Corte, porque até muito tarde também se fez nesse país uma autêntica vida de Corte., O Neoclassicismo mostrava-se pujante. À França, que o tinha imposto ao mundo, não tinha vontade nenhuma de o destruir.

No entanto, também ali entrou e vingou a estética romântica.

1. Madame de Staël (1766-1817), contaminada pela convivência com os Germânicos, é considerada a introdutora do Romantismo em França com a obra Da Alemanha. Célebres ficaram igualmente os romances Delfina e Corina (em forma epistolar).

2. Chateaubriand (1768-1847) não tem menor mérito que Madame de Staël na propagação do movimento. O Génio do Cristianismo, livro de apologética visceralmente romântico, mostra como a religião cristã satisfaz não só a inteligência dos crentes mas até as suas faculdades afectivas, o seu sentimentalismo. Atola, onde pinta com mestria os ambientes exóticos da América, Os Mártires e tantos outros livros que escreveu, tornaram-no corifeu da nova estética, quase num plano mundial.

3. Afonso Lamartine (1790-1869) publicou em 1820 as suas Meditações. Embora com vestígios de classicismo, esta obra lançou o poeta nos caminhos da estética romântica donde não mais arredaria pé.

4. Quando em 1822 Stendhal (1783-1842) criava o Racine-Shakespeare, marcava-se o início do Romantismo em França, cuja doutrina, no entanto, só viria a ficar consagrada no prefácio do Cromwel de Vítor Hugo, cinco anos mais tarde, e debatida com paixão na estreia tempestuosa do Hernâni em 1830.

Se o autor de A Cartuxa de Parma, com seus heróis amorais, só tardiamente foi apreciado, o criador de Nossa Senhora de Paris, com o seu historicismo pleno de mistério, ultrapassou depressa as fronteiras da França, contaminando de romantismo o mundo inteiro.

5. Alfredo de Musset (1810-1857), poeta e dramaturgo, Teófilo Gautier (1811-1872), amante do exótico e do pitoresco, Gerardo de Nerval (1808-1855), com suas visões alucinadas de paisagens bárbaras e com um tom poético quase tão musical como o dos simbolistas, são escritores que, ao lado dos mencionados acima, fizeram brilhar definitivamente no céu da França o sol radioso do Romantismo.

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